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Jovem mantida em cárcere pelo padrasto foi abusada por ao menos 30 homens

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A jovem mantida em cárcere privado por 22 anos pelo padrasto, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foi abusada sexualmente por pelo menos 30 homens durante esse período. As informações são da Polícia Civil do Paraná.

Padrasto começou a abusar da enteada quando ela tinha apenas 7 anos. A vítima, que atualmente tem 29 anos, passou mais de duas décadas sofrendo abusos físicos, sexuais e psicológicos, e teve três filhos com o homem, que está preso desde o mês passado.

Quando a vítima completou 14 anos, o padrasto passou a trazer outros homens para manter relações sexuais forçadas com ela. Durante esse período, pelo menos 30 suspeitos abusaram da jovem com o consentimento do padrasto, mas sem a permissão da vítima.

Padrasto filmava os estupros praticados por outros homens contra a própria enteada. A polícia encontrou diversos vídeos no celular dele que mostram os abusos sofridos pela jovem.

Gravações provam que a vítima era forçada a se relacionar com outros homens. “Aparecia o rosto da vítima [nos vídeos] e é muito pesado de ver porque o rosto dela mostrava que ela não queria estar ali, que estava sendo abusada”, afirmou o delegado do caso, Eduardo Gruger, em entrevista à RIC TV, afiliada da Record no Paraná.

Padrasto organizava os encontros e preparava um quarto da casa onde os abusos eram praticados. O homem também não permitia que a vítima usasse métodos contraceptivos, porque ele queria que a enteada engravidasse dos homens que a abusavam, segundo a investigação.

Homens sabiam que ela forçada, mas praticavam os abusos mesmo assim, disse a vítima. “Teve um ou outro que falou: ‘não, mas parece que ela está sendo forçada, não está?’. Ele [o abusador] perguntava, mas depois ele fazia [o sexo forçado]”, declarou a jovem à RIC TV.

Vítima era ameaçada pelo padrasto para se relacionar com os outros homens. Ela contou em depoimento que entre os abusadores escolhidos pelo padrasto alguns usavam tornozeleira eletrônica, ou seja, tinham antecedentes criminais e eram monitorados pela polícia.

Polícia tenta identificar os homens que aparecem nos vídeos. Até o momento, não foi divulgado se algum deles já foi localizado.

PADRASTO VIROU RÉU
O Tribunal de Justiça do Paraná tornou réu na quinta-feira o homem por suspeita de abusar sexualmente da enteada e ter três filhos com ela.

Ele vai responder por oito crimes: estupro de vulnerável, estupro, cárcere privado qualificado, perseguição, provocar danos emocionais à vítima, participação em crimes de estupro contra a própria enteada, filmar os abusos sofridos pela enteada praticados por outros homens e constrangimento legal.

Por se tratar de um crime de estupro, a identidade do padrasto não foi divulgada. Não foi possível localizar sua defesa para pedir posicionamento.

Suspeito nega ter cometido os crimes, segundo a polícia. A Justiça paranaense manteve a prisão preventiva dele.

RELEMBRE O CASO
Vítima conseguiu escapar do cárcere no mês passado. Na ocasião, ela disse ao padrasto que precisava levar os filhos a uma consulta médica, mas foi para a delegacia de Araucária e denunciou o homem.

Padrasto começou a abusar sexualmente da vítima quando ela tinha 7 anos. Atualmente, a mulher tem 29.

Vítima teve três filhos com padrasto. O primeiro nasceu quando ela tinha 16 anos. As outras crianças têm 9 e 6 anos.

Ela raramente tinha permissão para sair de casa. O homem também forçava a enteada a manter relações sexuais com outros homens e gravava os abusos, segundo o delegado do caso, Eduardo Kruger.

Delegado disse que o padrasto mantinha controle emocional sobre a vítima para mantê-la em cárcere. Além de ser abusada sexualmente, ela também sofria abusos físicos, psicológicos e era monitorada por câmeras de segurança.

VÍTIMA ERA AMEAÇADA
Mulher classificou o padrasto como uma pessoa agressiva. “Eu tinha muito medo e ainda tenho”, afirmou à RPC.

Vítima relatou que o homem era possessivo e falava que “só a morte” separaria os dois. “Dizia que se eu não fosse dele, não seria de mais ninguém, que nossa separação seria só a morte”, declarou.
A mãe dela também disse à polícia que era violentada pelo homem durante o período em que ficaram juntos. A genitora, que é considerada testemunha pela polícia, relatou ainda que não sabia dos abusos sofridos pela filha.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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