O 7 de Setembro, data maior da independência do Brasil, deveria ser momento de união e celebração da soberania nacional. No entanto, o que se viu em alguns palcos oficiais foi a apropriação do espaço público para manifestações políticas de caráter ideológico, destoando do espírito republicano que a data simboliza.
Causa perplexidade observar o uso de recursos públicos em atos que, em vez de exaltar a bandeira nacional, deram destaque a símbolos estrangeiros, como a bandeira dos Estados Unidos. Tal gesto, além de desrespeitoso, fere a essência do patriotismo e coloca em dúvida a real intenção de quem ocupa posições de liderança.
Mais grave ainda é a postura de autoridades, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao atacar publicamente ministros do Supremo Tribunal Federal. A crítica direta a membros da Corte não representa apenas discordância pessoal, mas sim uma afronta ao Poder Judiciário como instituição poder este garantido pela Constituição como essencial à democracia.
A utilização de celebrações cívicas para alimentar disputas de ordem política revela-se incompatível com o papel que se espera de quem ocupa funções de Estado. Quando a busca pelo interesse pessoal se sobrepõe ao interesse coletivo, perde-se de vista a responsabilidade que acompanha o exercício do poder.
Num momento em que o país precisa de diálogo, equilíbrio e respeito às instituições, atitudes que flertam com o desrespeito à Constituição apenas aprofundam divisões e ameaçam a estabilidade democrática.