Home / Colunistas / Paulo Silva / DIREITOS E SÍMBOLOS: A INCOERÊNCIA DA NAÇÃO

DIREITOS E SÍMBOLOS: A INCOERÊNCIA DA NAÇÃO

O Brasil atravessa uma fase marcada pela mais flagrante incoerência. Entre 2019 e 2022, slogans simplistas como “bandido bom é bandido morto” tornaram-se comuns, enquanto os direitos humanos eram demonizados e tratados como proteção exclusiva a criminosos.

Hoje, os mesmos defensores dessas ideias recorrem às garantias constitucionais que antes desprezavam, revelando uma hipocrisia que mina o próprio conceito de justiça.

Essa contradição evidencia uma sociedade que confunde punição com vingança e só valoriza direitos quando a situação a atinge diretamente. A lei, que deveria ser instrumento de equidade, é reduzida à conveniência de cada momento, transformando princípios universais em moeda de troca ideológica.

A situação se agrava na esfera simbólica. No 7 de Setembro, data máxima da independência brasileira, bandeiras estrangeiras foram exibidas lado a lado com a nacional, invertendo o significado da celebração cívica. O patriotismo, que deveria afirmar a soberania do país, foi reduzido a um gesto de subserviência.

Seria impensável que, no 4 de Julho, norte-americanos hasteassem bandeiras brasileiras em suas comemorações mas, aqui, tal ato foi tolerado e até incentivado.

O episódio revela não apenas uma crise política, mas uma crise de identidade nacional. Direitos humanos e símbolos de soberania não podem ser tratados com seletividade.

A INDEPENDÊNCIA E A CIDADANIA EXIGEM CONSISTÊNCIA, RESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES E CONSCIÊNCIA DO PAPEL DE CADA CIDADÃO.

Até que haja reconciliação entre discurso e prática, entre patriotismo e símbolos nacionais, a democracia brasileira continuará a conviver com uma perigosa distorção de valores.

 

Sobre Paulo Silva Filho