O Brasil atravessa uma fase marcada pela mais flagrante incoerência. Entre 2019 e 2022, slogans simplistas como “bandido bom é bandido morto” tornaram-se comuns, enquanto os direitos humanos eram demonizados e tratados como proteção exclusiva a criminosos.
Hoje, os mesmos defensores dessas ideias recorrem às garantias constitucionais que antes desprezavam, revelando uma hipocrisia que mina o próprio conceito de justiça.
Essa contradição evidencia uma sociedade que confunde punição com vingança e só valoriza direitos quando a situação a atinge diretamente. A lei, que deveria ser instrumento de equidade, é reduzida à conveniência de cada momento, transformando princípios universais em moeda de troca ideológica.
A situação se agrava na esfera simbólica. No 7 de Setembro, data máxima da independência brasileira, bandeiras estrangeiras foram exibidas lado a lado com a nacional, invertendo o significado da celebração cívica. O patriotismo, que deveria afirmar a soberania do país, foi reduzido a um gesto de subserviência.
Seria impensável que, no 4 de Julho, norte-americanos hasteassem bandeiras brasileiras em suas comemorações mas, aqui, tal ato foi tolerado e até incentivado.
O episódio revela não apenas uma crise política, mas uma crise de identidade nacional. Direitos humanos e símbolos de soberania não podem ser tratados com seletividade.
A INDEPENDÊNCIA E A CIDADANIA EXIGEM CONSISTÊNCIA, RESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES E CONSCIÊNCIA DO PAPEL DE CADA CIDADÃO.
Até que haja reconciliação entre discurso e prática, entre patriotismo e símbolos nacionais, a democracia brasileira continuará a conviver com uma perigosa distorção de valores.